Impacto das mudanças na concessão de créditos nos consumidores: 60% dos empréstimos pessoais se fazem de forma on-line

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Fazer empréstimos nesta época de incertezas é todo um desafio para as empresas, tanto pelos riscos que correm, como também para oferecer um serviço de qualidade a seus clientes. Procurando melhorar o acesso aos serviços, com foco na segurança e proteção dos usuários, as instituições financeiras estão investindo em novos recursos que podem implicar em mudanças para o consumidor.

 

A pandemia chegou abruptamente e rompeu com a normalidade do dia a dia das pessoas e das empresas. Trouxe pessimismo para alguns e otimismo para outros, mas ninguém escapa dos diversos inconvenientes que esta situação está trazendo, do famoso “novo normal”. 

Um dos obstáculos que chegou é a maior utilização de canais digitais, uma mudança que chegou para ficar. Empresas que somente estavam no mundo físico tiveram que criar novas estratégias para chegar aos seus clientes de forma on-line, quem já estava nesse meio também teve que aprimorar seus estratégias para garantir que os clientes tenham um maior acesso aos bens ou serviços que produzem. Visando manter a sua produtividade e ao mesmo tempo cuidar seus funcionários e clientes é possível ver mudanças de diferentes tipos nas empresas de todos os setores. 

O comportamento dos consumidores, também sofreu um grande impacto. Segundo o Relatório Global Insights publicado em agosto pela Serasa Experian a maioria dos entrevistados está reduzindo seus gastos essenciais e utilizando suas reservas de dinheiro. O impacto na economia ainda é percebido por 30% deles, que ainda têm redução da sua fonte de renda; se reflete nisso a duplicação do número de pessoas que têm complicações para quitar suas dívidas.

No entanto, no segmento dos créditos as perspectivas são positivas porque mostram um crescimento na demanda no mês de julho de 15,6% dos empréstimos para pessoas físicas e de 6,2% dos créditos para pessoa jurídica, tendência que se verifica por terceiro mês consecutivo. Este último segmento já conseguiu voltar ao patamar que estava antes da pandemia, mas no segmento de créditos pessoais a recuperação está sendo lenta segundo o Boletim Econômico publicado também pelo Serasa Experian.

Experiência dos consumidores nesta época

O fato de que as pessoas se veem obrigadas a aumentar suas operações on-line e muitos consumidores ainda sentem desconfiança e resistência pelas experiências digitais fazem com que cogitam entre a conveniência e segurança dessa forma de operar e seu estado de saúde. 

Neste sentido, quem procura um empréstimo com as melhores condições: custos baixos e prazos de pagamento confortáveis, deve estar atento aos fraudes. Por exemplo, os golpes praticados usando o Whatsapp aumentaram consideravelmente. Os criminosos oferecem empréstimos com fácil liberação e taxas pequenas para fazer uma oferta interessante, assim conseguem roubar dinheiro ou dados das pessoas que não levam em conta a indicação do Banco Central: nenhum banco entra em contato com seu cliente, sem que tenha feito essa solicitação expressamente. 

É justamente no que se refere a segurança dos clientes o que está motivando novas mudanças nas formas de oferecer créditos e nos processos para a liberação do dinheiro.  

Desafios que chegaram para a concessão dos créditos com a pandemia

Tanto para instituições financeiras que já possuem aplicativos para dispositivos móveis e oferecem seus serviços de forma on-line, como para as que recém estão oferecendo, o desafio de dar segurança a seus clientes prevalece. 

80% das empresas afirmam ter bons métodos para detectar fraudes e para fazer o reconhecimento dos seus clientes, e confiam neles. No entanto, 60% já estão planejando aumentar a inversão para poder identificar e evitar essas operações fraudulentas e assim reduzir os riscos no momento de conceder um empréstimo. 

Como essas melhorias podem demorar, uma parte das instituições financeira está reforçando a análise de crédito solicitando aos clientes um volume maior de informação e fazendo atualizações em seus canais. Também estão restringindo a liberação dos créditos, pela incerteza da situação atual. 

Outra parte está implementando alternativas já existente, mas que não eram muito aproveitadas antes. Por exemplo, o novo Cadastro Positivo, que aporta informações de pessoas bancarizadas e não bancarizadas, mostrando seu potencial de consumo.

Como impactaria nos consumidores estas novas mudanças?

As inversões que procuram melhorar o processo de análise de risco para a concessão de crédito implicam, principalmente, aumentar a automatização dos processos de tomada de decisão e uso de inteligência artificial. 

Ao considerar que 6 de cada 10 operações bancárias são realizadas pelo celular ou pelo computador segundo a Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária 2019, o intuito é de fortalecer a segurança dos canais digitais e melhorar as operações para que o cliente possa resolver suas necessidades financeiras com maior eficiência. 

Contudo, 42% das pessoas que utilizam os canais digitais estão realmente preocupadas com as fraudes e ainda possuem dúvidas sobre o uso das tecnologias atuais, considerando isso é provável que a resistência atual aumente se os processos são mais longos ou têm mais burocracia. Também deve ser levado em conta que uma parte da população não está bancarizada e o ingresso ao sistema deve ser realmente facilitado. 

Ainda não é possível distinguir todas as novas mudanças as quais devemos nos adaptar, mas é certo que devemos nos preparar e ficar atentos, principalmente à evolução das tecnologias que irão estar ainda mais presente nas nossas vidas.